quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A tradição da galeria

Editoria Economia


A tradição da galeria

Lojas do edifício ainda são voltadas para pessoas de classes mais altas

     A galeria do Edifício Asa sempre teve como característica marcante a prestação de serviços para as classes mais favorecidas da sociedade. E embora hoje haja uma diversidade maior do público que circula pelo local, as lojas ainda mantém a tradição.
Com diversos outros complexos comerciais no centro de Curitiba, o ASA passou a compartilhar a referência de serviços com outros prédios da região. Quando inaugurado, o condomínio era sinônimo de status. Os melhores profissionais da cidade trabalhavam ali, valorizando as lojas do térreo. Mesmo não havendo redução da qualidade dos serviços oferecidos, atualmente a galeria é um “corta-caminho” para pessoas que circulam pelo centro da cidade.
De acordo com Marly Gotardi, 56, funcionária da loja de jóias Raritá, o movimento nas lojas da galeria costumava ser maior. “Nós temos pessoas interessadas que trabalham aqui, e que vem de outros bairros. Mas existem muitas outras opções aqui por perto”, relata. Marly diz que o público é variado, mas pelo valor dos produtos, os maiores consumidores são das classes A, B e C. “Não são produtos baratos. As lojas da galeria sempre foram voltadas às classes médias e altas. Trabalho aqui desde 1999, os produtos sempre foram os mesmos e os clientes também”.
O mesmo acontece no salão Nova York. Há quase 40 anos no prédio, os preços para cortes de cabelo variam entre R$ 22 e R$ 40. Inviável para pessoas de baixa renda, o salão tem consumidores específicos. “O pessoal do prédio é o que menos utiliza. Nossos clientes são mais velhos, já conhecem o sistema da casa”, afirma Marlene Soares, cabeleireira.
No mesmo sentido, podemos incluir a Viação Garcia. A empresa vende a maioria de seus bilhetes para estudantes e políticos. Segundo Marlene Chagas, 42, funcionária há quatro anos, o público que freqüenta a loja é de pessoas que moram ou estão hospedadas ali por perto. “Só vem classe média pra cima. As pessoas humildes não conhecem. Vão direto para a rodoviária”. A funcionária da Garcia complementa. “Caiu muito o movimento. Antes eram duas pessoas trabalhando. Agora sou somente eu”, conclui. 

 
Galeria do Edifício Asa: comércio tradicional em Curitiba

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