quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Relojoeiro: Uma profissão em extinção?

Editoria Comportamento


Relojoeiro: Uma profissão em extinção?

Por Alex Bark e Ricardo Bark

Quem nunca reclamou da falta de horas para fazer tudo o que gostaria? Há 5.000 anos buscando solucionar esse problema e regularizar as horas do dia para melhor aproveitar o tempo, os egípcios e parte dos povos da Ásia ocidental começaram a dividir o dia em 24 horas, usando a sombra do sol, eles construíram o primeiro relógio da história da humanidade. Esse mecanismo ficou conhecido como “relógio do sol”.
            Com a invenção do relógio surgiu também uma das profissões mais antigas do mundo, a do relojoeiro. É fato que a evolução dos relógios está intimamente ligada à evolução da sociedade. Da mesma forma, graças a essa evolução e com a chegada da era digital, o ofício de relojoeiro corre o risco de extinção.
Um dos últimos “sobreviventes” da profissão está localizado no edifício ASA, prédio histórico de Curitiba que mescla vários comércios com apartamentos residenciais. O nome do “profissional das horas” é seu Vilson José Muller, 70 anos, que começou a trabalhar na área com apenas 14 anos de idade e mesmo sabendo que a profissão pode estar em extinção não se imagina fazendo outra coisa. “Eu tenho quase 70 anos e o “chip” já está cheio, não aprendo mais nada. Na verdade nem sei se quero aprender”, conta seu Muller.
Sua loja, uma das mais antigas dos comércios Asaenses, foi inaugurada em 1965. Mesmo com a era tecnológica sua loja não para, quando abordado para trocar uma “ideia” com a reportagem já bradou, “não da! Vocês tão vendo que aqui não para, não tenho tempo”, reclamou meio sem dar muita “bola”. O jeito foi comprar um relógio para conseguir conversar com o engraçado senhor.
            Enquanto arrumava a pulseira do meu relógio ele contou que apesar de morar longe vai todo dia trabalhar com muita disposição. “Eu moro em Araucária, saio todo dia cedo para abrir aqui às 9h. Mas eu não acho ruim, amo o que faço por isso o tempo passa rápido por aqui!”
Sobre o curioso fato de o edifício abrigar tanto comércios quanto moradores seu Muller parece não se incomodar. “Estou aqui há quase 50 anos, se não gostasse de algo já teria me mudado”. Para seu Muller o principal é a localização que facilita o seu ganha - pão. Basta saber até quando.


Nenhum comentário:

Postar um comentário